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quarta-feira, 16 de março de 2011

Documentário 3D do U2 é tecnicamente impecável, mas exagera no messianismo



U2 (Getty Images



"Se nós sempre tocarmos em lugares pequenos, vamos desenvolver mentalidades pequenas. E iremos começar a fazer música pequena", afirmou Bono em uma entrevista em 1983, época do lançamento de seu terceiro álbum, War.
Quase trinta anos depois, o U2 não tem do que reclamar: sua atual turnê, U2 360º Tour, é a maior do mundo e arrecadou só em 2009 cerca de US$ 311 milhões em 44 apresentações. A ambição de Bono de tocar em arenas gigantescas e poder transmitir sua mensagem pacifista para uma enorme multidão foi realizada - e é exatamente essa a imagem que o documentário U2 3D traz para os fãs da banda: a de um popstar que não tem mais para onde crescer.
O filme, dirigido por Catherine Owens e Mark Pellington, foi gravado em 2006 durante a passagem da banda pela América Latina como parte da Vertigo Tour. O documentário, todo filmado em 3D, evidencia o talento do U2 como banda feita para se apresentar em grandes arenas e coloca em primeiro plano o discurso pacifista de Bono, que se tornou inseparável da música do grupo e é o fio condutor de todos os shows.
Justiça seja feita, o discurso pacifista e filantrópico de Bono não é só balela - o U2 faz diversos concertos beneficentes todos os anos e os músicos contribuem para instituições filantrópicas. Mas a constante reafirmação da bondade de Bono e de suas preocupações sociais não só é cansativa como propositalmente exagerada, já que o documentário aproveita cada enquadramento para filmar o vocalista como se ele fosse a solução para todos os conflitos políticos do mundo.
A câmera faz questão de mostrar Bono como um profeta, em um tom religioso tão evidente que parece que o vocalista é o novo Messias que a humanidade precisa para resolver seus problemas. O show do U2 já é naturalmente grandiloquente, o que faz com que essa insistência do documentário seja supérflua e por vezes irritante. Às vezes parece que Bono quer mesmo é fundar uma religião!
A produção impecável e o uso impressionante da tecnologia 3D, entretanto, compensam a ida ao cinema, principalmente para os fãs da banda que não aguentam mais esperar pelos shows no Brasil em abril.

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